sábado, 26 de junho de 2010

A chegada das comitivas de carros de boi na Festa do Divino Pai Eterno de Trindade - reportagem de Fábio Castro para a TV Anhanguera.


Para comemorar os 170 anos da romaria do Divino Pai Eterno de Trindade, o Museu Histórico das Cavalhadas de São Francisco posta esta reportagem feita por Fábio Castro, repórter da TV Anhanguera.
A Festa de Trindade é a maior do Centro-Oeste e reúne milhares de fiéis. A expectativa para 2010 é 2 milhões e meio de pessoas. Famílias se deslocam para a cidade em carros de boi refazendo uma das mais belas e fortes tradições de Goiás.

Procissão dos Carreiros da Festa de Trindade

A romaria de carros de bois, que desde de 1843 conduz os fiéis à Terra Santa, traduz este momento de devoção e algo mais. A canção dos carros, e a poeira da estrada, revelam pouco da alma goiana.

A viagem à Trindade, num carro-de-boi é árdua. Homens e mulheres seguem a pé. Crianças pequenas, mantimentos, roupas e tralhas de acampamento seguem nos carros. A jornada tem início de madrugada. Antes do sol raiar, por volta das 4h30 da manhã, os carreiros apartam o gado, cangando os bois ao carro. Pelas estradas vicinais a poeira é companheira constante. O frio do mês de junho, que dói no corpo pela manhã, cede lugar ao sol inclemente do Brasil Central, que não dá trégua aos penitentes por todo o percurso. A solidariedade se faz presente nos pequenos gestos. Todo mundo cuida de todo mundo. Ninguém fica para trás. Se um carro apresenta problemas, todos param, ajudam, e depois seguem em frente.

Os romeiros percorrem, em média, 25 quilômetros por dia. Qual uma caravana de ciganos, montam acampamento nas fazendas, acendendo fogueiras para espantar o frio e reunir os amigos. Os mais velhos cuidam das rezas, os mais moços, das danças. Forró, xote e moda de viola animam os acampamentos. A cachaça de alambique, fabricada nas fazendas da região e muita cerveja ajudam a espantar o frio.

Conduzir o carro não é tarefa fácil. São necessários dois, por vezes quatro homens. O peão que vai à frente é chamado candieiro. Sua tarefa é mostrar aos bois o caminho. O que vem atrás se chama carreiro, a ele cabe direcionar a boiada. Sob seu comando os bois da guia (dianteira) viram à esquerda ou direita. Os da chaveia (que vem atrás, mais próximos ao carro), cumprem ordens de fazer mais força para seguir ou frear o carro, principalmente nas descidas. Cada boi tem um nome. Para virar para direita, o boi que está à esquerda empurra o companheiro na outra direção sob a ordem do carreiro. “Vai diamante, vem brilhante”; “afasta manhoso vem brioso”…

Para cantar, os carros têm de estar cheios. E a tradição manda os carreiros levarem, além da tralha, mantimentos (arroz, feijão, farinha, fubá) para as obras de caridade da Igreja Católica. A Vila São Cotolengo, asilo mantido pela Sociedade São Vicente de Paula, é a depositária fiel da devoção dos romeiros. Ao final dos sete dias de festa (que transcorre do dia 1o a 7 de julho), o abrigo soma caminhões de alimentos.

Três dias e duas noites após a partida, os romeiros de Damolândia chegam a Trindade. A alegria de entrar na cidade só não é menor que a de estar aos pés do altar da Igreja Matriz. Construído em tijolos e madeira, ao estilo colonial, o templo conforta os devotos, que primeiro a ele se dirigem, antes de subirem a avenida para admirar os vitrais e a sala dos milagres da Catedral de Trindade.

Assim como no Nordeste o povo se mobiliza à Juazeiro do Norte para render graças ao Padre Cícero, um milhão e duzentas mil pessoas visitam Trindade nos dias da festa. Se para o islamita cumpre a obrigação de visitar Meca ao menos uma vez na vida, aos católicos goianos, ir a Trindade é também uma obrigação. Damolandenses e goianos de outras cidades tem este sentimento, que se renova à cada ano. Se dirigir a pé a Trindade é reafirmar a procissão de fé no Divino Espírito Santo, e mais: Na superação dos desafios da estrada, os goianos renovam a confiança de que podem vencer obstáculos e seguir em frente, sem medo do futuro.

Este texto sobre os romeiros de Damolândia foi extraído do site Festadetrindade.com

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Cavalos: sem eles não existiriam as cavalhadas. Fotos de Marina Sousa
















O papel desempenhado pelos animais é de grande importância em muitos espetáculos e manifestações da cultura popular sertaneja, que traduzem o espírito e a subjetividade de uma sociedade fundada em sistema econômico agropecuário. Os cavalos atuam como bailarinos que, levados pelos cavaleiros, desenvolvem coreografias no campo de luta. As juntas de bois são grandes atrações na Procissão dos carreiros. Os cavalos destas fotos são propriedade de José Roberto de Sousa e foram fotografados por Marina Sousa.



quinta-feira, 24 de junho de 2010

Bandeira de São João - 24 de junho de 2010





















Foto realizada em Trindade/GO durante a festa do Divino Pai Eterno. A Bandeira de São João no alto do mastro contra o céu azul, tão próprio dos dias do mês de junho, foi vista bem perto da antiga matriz.

São João Batista é um dos santos de maior prestígio entre os brasileiros. Comemorado no dia 24 de junho com grandes festas, levantamento de mastros, foqueiras, quitutes, danças e músicas. São João Batista, que era primo de Jesus, foi uma espécie de profeta que anunciou a chegada do Messias. Foi chamado de batista porque criou o sacramento do batismo, batizando em nome do Espírito Santo nas águas do Rio Jordão. Morreu decaptado por órdem do Rei Herodes.