terça-feira, 27 de outubro de 2009

Receita da bolachinha 5 pratos

1 prato de polvilho.
1 prato de farinha de trigo.
1 prato de açúcar.
1 prato de queijo.
1 prato raso de óleo.
3 ovos.
2 colheres de pó royal.
1 pitada de sal.
Leite até o ponto de enrolar.
Misture primeiramente os ingredientes secos e depois acrescente os ingredientes líquidos na seguinte ordem: óleo, ovos e o leite. Amasse até o ponto de enrolar em formato redondo e achatado. Asse em forno alto por 15 a 20 minutos, até ficar dourada.

A 5 pratos é uma quitanda típica servida nas cidades de São Francisco, Jaraguá, Petrolina.Esta receita foi fornecida por Erotides Tinoco de Sousa.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Festa do Divino Pai Eterno - Trindade

O Museu das Cavalhadas de São Francisco de Goiás apresenta uma reportagem fotográfica sobre a Festa do Divino Pai Eterno em Trindade. A maior romaria do Centro-Oeste brasileiro iniciou-se em 1840, com a descoberta pelo casal Constantino Xavier e Ana Rosa de um medalhão de barro, contendo a imagem da Santíssima Trindade coroando a Virgem Maria. Desde então a devoção tornou-se a mais importante de Goiás e hoje repercute fora do Estado.





















O Padre Benedito, filho de carreiros devotos, levanta a imagem do Divino Pai Eterno abençoando os carreiros e os romeiros na abertura da procissão dos carros de bois.


















A procissão de carros de bois acontece na quinta-feira que antecede o 1º domingo de julho. Reúne centenas de carros de bois num cortejo que parte do santuário velho e se desloca pelas ruas até o carreiródromo. Este evento é um dos mais importantes da Festa de Trindade e mostra como ainda é viva e crescente a antiga tradição do povo goiano de se dirigir todos os anos em caros de bois à romaria do Divino Pai Eterno. Na foto, o carro de boi do sr. José Gonçalves Borges, romeiro da cidade de Varjão.
















O cantado típico do carro de boi e as características físicas dos animais de tração, como idade, pelagem, tipologia dos chifres, são atrações que despertam a atenção e os comentários do público que assiste a passagem da procissão pelas ruas e pelo carreiródromo. O carreiródromo é uma passarela com arquibancada preparada para receber o grande contingente de público que comparece para assistir ao espetáculo de fé e cultura popular.
















Procissão dos cavaleiros. Após a passagem dos carros de bois, as inúmeras comitivas com milhares de cavaleiros, também vindos de muitas cidades goianas, fazem o trajeto da procissão dos carros de bois. É um espetáculo eqüestre que mostra a força da cultura sertaneja de Goiás.
















Missa dos Carreiros. Por volta das cinco horas da tarde de sábado é realizada a missa dos carreiros, reunindo milhares de pessoas numa celebração acompanhada de músicas religiosas em versões sertanejas. A grande quantidade de carreiros de todas as idades e procedências, vestidos à caráter com chapéus e varas de conduzir a boiada, tornam a missa um ritual de grande beleza.






















No final da tarde do 1º domingo de julho acontece a Procissão Luminosa, que tem este nome porque milhares de romeiros seguem a procissão com velas acesas. O cortejo parte do Santuário Velho e se dirige para a Praça da Basílica onde é celebrada uma grande missa. Durante a procissão muitas crianças são vestidas de anjo em pagamento de graças alcançadas. Esta é uma antiga tradição que também se mantém viva.

Hino de Nossa Senhora do Rosário




















Imagem da pintura no teto da capela mor da Igreja de Nossa Senhora do Rosário de Pirenópolis. Em 2002, um incêndio destruiu o altar-mor, os altares laterais, o teto e o piso, destruiu o trabalho artístico de pintura, talha em madeira e prataria. Foi uma grande perda para o patrimônio brasileiro.


LETRA DO HINO DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO

Oh ! Virgem do Rosário!
Pelo sacrário do redentor,
Aceita as lindas rosas, tão olorosas,
Do nosso amor.

Tão olorosas!
Tão olorosas!

Tão olorosas do nosso amor!

São flores que colhemos,
Oh! Mãe celeste!
No seu jardim.
Oh! Mãe celeste!
Oh! Mãe celeste!
Oh! Mãe celeste no seu jardim!


Desde antigas gerações, durante a festa em louvor ao Divino Espírito Santo e a Nossa Senhora do Rosário, este hino em louvor a Virgem Maria é cantado pela população e entoado pela banda de música festivamente. Sua letra e música são representantes da grande beleza que cerca a cultura imaterial de São Francisco de Goiás.

Arquitetura colonial de São Francisco de Goiás
















Apesar da antiguidade da cidade, são poucos os exemplares da arquitetura civil colonial que ainda permanecem em São Francisco de Goiás. Na Praça Jacinto Barbosa destacam-se o Museu das Cavalhadas e a residência do advogado Wilhiam Stival de Faria (foto acima), que conservam as características vernaculares e a memória do passado.

Abaixo exemplos de casas de arquitetura vernacular ainda existentes na Praça Jacinto Barbosa. A memória da cidade requer cuidados permanentes e restauros para evitar o esquecimento. A beleza e a importância desses exemplos da nossa arquitetura antiga necessitam de preservação.







Personalidades da cultura sertaneja e da memória de São Francisco de Goiás





















Dona Joana Pedroso de Sousa. Matriarca da família Sousa.





















Dona Erotides Tinoco de Sousa





















O senhor Antenor Coelho Magalhães, conhecido com Seu Fiíco, é um guardião da cultura sertaneja e da memória oral de São Francisco de Goiás. Ele é pai do "Alemão", que corre Cavalhadas como Reis Cristão.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

O Museu das Cavalhadas
















Bandeira da Associação dos Cavaleiros da Cavalhada de São Francisco de Goiás.






















Coleção de espadas dos cavaleiros da cavalhada de São Francisco.






















Coleção de máscaras e de cangas.


















Vitrine com as roupas dos reis mouro (vermelho) e cristão (azul).


















Selas de montaria em exposição.

O evento de inauguração do Museu
















O trio de músicos animou a festa de inauguração com jóias da música sertaneja.


















A comunidade de São Francisco no coquetel de inauguração do Museu
















Antes do descerramento da placa de inauguração posam para a foto o Prefeito Luiz Antônio, a Primeira Dama Cássia Regina, o Presidente da Câmara Municipal Antônio Ferreira da Silva, o Presidente da Associação dos Cavaleiros da Cavalhada de São Francisco Emival de Faria, e o Diretor do Museu José Roberto de Sousa.
















Na foto, da esquerda para a direita: o Diretor do Museu, José Roberto de Sousa, e o Prefeito de São Francisco, Luiz Antônio Paixão, a Primeira Dama Cássia Regina Sousa Paixão, e a esposa do Diretor do Museu, Sra. Lúcia Alves de Carvalho.

















O público aprecia a exposição na noite de abertura do Museu das Cavalhadas

O MUSEU HISTÓRICO DAS CAVALHADAS DE SÃO FRANCISCO – GO





















O Museu Histórico das Cavalhadas de São Francisco de Goiás inaugurado no dia 06 de junho de 2009, é fruto da união entre a Associação dos Cavaleiros da Cavalhada de São Francisco, a Prefeitura e a Câmara Municipal de São Francisco de Goiás. O Museu se destina a preservação, valorização e divulgação de nossas tradições, como fonte de pesquisa dos valores e da memória das cavalhadas e como espaço vivo dedicado a cultura de São Francisco de Goiás. Sua sede é um dos mais antigos casarões da cidade e encontra-se na Praça Jacinto Barbosa, nº446, Centro de São Francisco. Em seu acervo encontram-se exibidas peças relacionadas às cavalhadas como vestes dos reis mouro e cristão, lanças, espadas, garruchas e selas de montaria; além de peças de interesse histórico, como moendas e antigas ferramentas de trabalho, e de interesse arqueológico, como machados de pedra da pré-história encontrados na região.

AS CAVALHADAS

A foto mostra cavaleiros mouros e cristãos em batalha.












As Cavalhadas é uma das mais belas manifestações do folclore brasileiro e encena num espetáculo equestre a luta travada entre cristãos e mouros remontando a história do Imperador Carlos Magno. O espetáculo tem inspiração nas batalhas medievais e acontece durante a Festa do Divino em diversas cidades do Estado de Goiás: São Francisco, Pirenópolis, Jaraguá, Palmeiras, Santa Cruz e Corumbá, entre outras.

A tradição das Cavalhadas em São Francisco iniciou em 1850 e continua viva e pulsante formando novas gerações de cavaleiros. Sua origem remonta ao Padre Silvestre Alvarez da Silva, pároco da Paróquia de Jaraguá , a qual pertencia o “Arraial de São Francisco das Chagas. As Cavalhadas representam a luta entre grupos de cavaleiros cristãos – vestidos de azul e branco – e cavaleiros mouros – vestidos de vermelho e dourado. Seus personagens são os Reis, os embaixadores e os cavaleiros dos dois grupos, e mais o “espia”, que durante dois dias de encenação lutam com lanças, espadas, e tiros enquanto desenvolvem coreografias a cavalo pelo campo de batalha, as chamadas “carreiras”, ao som das marchas de cavalhadas entoadas pela banda de música. No segundo dia, os cristãos vencem os mouros que aceitam ser batizados na fé cristã. Após o batismo acontece um torneio em que os grupos antes rivais se divertem na disputa das “argolinhas” que devem ser retiradas do alto de um arco com a destreza precisa de um golpe de lança. Finalizando o espetáculo os cavaleiros oferecem às suas madrinhas e pessoas de honra as argolinhas obtidas em torneio e ramalhetes de flores que marcam o momento de paz sob a benção do Divino Espírito Santo.

A ORIGEM DA CIDADE DE SÃO FRANCISCO DE GOIÁS


Museu Histórico das Cavalhadas de São Francisco.











A cidade é uma das mais antigas do Estado de Goiás e surgiu logo após a fundação de Jaraguá. Em 1740 o povoado de São Francisco das Chagas nasceu às margens do Córrego Raposa, em terras do senhor Francisco das Chagas de Assis. O proprietário das terras construiu uma capela dedicada a São Francisco das Chagas para onde acorreu a população da região para rezar o terço. Em volta da capela se formou um agrupamento que deu início ao povoamento do local, cuja economia se estabeleceu na prática da agricultura que devia abastecer de alimentos os arraiais circunvizinhos, Jaraguá e Pirenópolis, que por sua vez nasceram de uma economia baseada na extração de ouro. O nascente aglomerado urbano teve sua administração inicialmente gerida pelo Arraial de Meia Ponte (Pirenópolis). Em 1911 o povoado passou a condição de Distrito pertencente ao Município de Jaraguá. Entre 1944 e 1948 passou a chamar-se Chagas. E em 8 de setembro de 1953 o Distrito foi elevado pela Lei Estadual nº765 a condição de Município, instalado em 1 de janeiro de 1954 com a denominação de São Francisco de Goiás.

A FESTA DO DIVINO


Alegoria em louvor ao Divino Espírito Santo decora o salão onde é servido o almoço dos cavaleiros da cavalhada de São Francisco de Goiás. 2009.














A festa do Divino chegou ao Brasil trazida pelos colonizadores portugueses. Em Portugal, teve início em 1321 na cidade de Alenquer, quando a esposa do Rei Dom Diniz, a Rainha Santa Isabel de Aragão, edificou a primeira igreja e realizou a primeira festa em honra ao Divino Espírito Santo. O Império do Divino tornou-se uma festa popular entre os portugueses, espalhou-se com as grandes navegações e com os descobrimentos lusitanos por novos continentes.

A VINDA DA FESTA DO DIVINO PARA O BRASIL E PARA GOIÁS

















Os portugueses, durante o período das grandes navegações, levaram às terras recém descobertas a tradição da festa do Império do Divino Espírito Santo. Relatos contam que os rituais da festividade eram praticados até mesmo nas caravelas, durante as longas viagens, quando chegava a data de Pentecostes. Também os açorianos, em suas migrações, contribuíram para difundir a celebração em outras terras, tornando a festa do Divino um acontecimento comemorado não só na Europa, mas também em todo continente americano.

A vinda da festa do Império do Divino Espírito Santo para o Brasil se deu a bordo das naus portuguesas, durante a colonização do país entre os séculos XVI e XIX, embora muitos documentos registrem o século XVIII como sendo o período de introdução da festividade. Durante o processo de estabelecimento da colônia, a religião cristã católica foi dos instrumentos culturais mais fortes que os portugueses utilizaram para a tomada de posse das novas terras descobertas, que deviam ser colonizadas, ocupadas e exploradas economicamente, conforme o interesse da Coroa portuguesa, e evangelizada, conforme a crença da Igreja Católica. Assim a festa do Divino desembarcou nos primeiros portos litorâneos e foi adentrando no interior mais longínquo do Brasil. Os portugueses continentais foram responsáveis pelas introduções nos estados Rio de Janeiro, Maranhão, Bahia, São Paulo, Minas Gerais e Goiás, e os portugueses açorianos pelas introduções nos estados Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Ceará e Pará, embora nesses dois últimos estados a festa não tenha sobrevivido.

Os primeiros registros da festa do Divino em território goiano datam do início do Século XIX. Em Pirenópolis foi documentada em 1819 e já em 1826 o padre Manuel Amâncio da Luz, quando escolhido pela primeira vez imperador da festa, introduziu o espetáculo das cavalhadas. Na antiga capital de Goiás, Vila Boa, o primeiro documento data de 1834 e em Jaraguá e São Francisco data de 1850. A festa do Divino é uma tradição que caminha para quase dois séculos que vem sendo praticada em Goiás; é uma manifestação que mescla o sagrado e o profano, unindo num mesmo calendário a manifestação da fé e da devoção popular ao Divino Espírito Santo, e as expressões laicas da cultura popular e do folclore. Os principais símbolos do Império do Divino são: bandeira com a imagem da pomba do Divino Espírito Santo, a coroa, o cetro e a salva executados em prata, além do mastro.

Em São Francisco de Goiás a festa do Divino acontece simultaneamente às festas de Nossa Senhora do Rosário. A parte religiosa conta com novena, alvorada festiva, levantamento do mastro, fogueira, procissão do imperador e missa solene, e a parte folclórica conta com apresentação de cavalhadas, folia do Divino, leilões e bailes.